segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Candidato “Pirata”


Quem tem assistido a propaganda eleitoral, da cidade de São Paulo, na TV, já deve ter se defrontado com o candidato a vereador Enéas Filho, do PTN. Consequentemente ouviu do candidato: “vou continuar o trabalho de meu pai”. Ocorre que o tal candidato não é filho, sequer parente, do falecido fundador do PRONA, Enéas Carneiro.

O Ministério Público de São Paulo já tomou ciência do caso e as devidas providências para obrigar o candidato parar de induzir o eleitorado paulistano a pensar de forma equivocada.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A estratégia Dilbert

Artigo publicado na Folha de São Paulo na terça-feira, 01 de abril de 2008, no caderno Dinheiro.

Como o artigo só está disponível para usuários do UOL ou assinantes da Folha vou postá-lo aqui. Também não farei comentário pois o artigo diz tudo. Vale a pena ler.

A estratégia Dilbert

Objetivo do plano apresentado pelo governo Bush é criar a aparência de que as autoridades respondem à crise, sem na prática fazer nada de substantivo

PAUL KRUGMAN
DO "NEW YORK TIMES"

SE VOCÊ já trabalhou para uma grande organização ou, aliás, se você é leitor da tira de quadrinhos "Dilbert", decerto conhece a "estratégia do organograma".

Para esconder a falta de idéias práticas sobre o que fazer, dirigentes gostam de promover grande algazarra quando reorganizam as caixinhas e linhas de um organograma informando quem se reporta a quem.

Pronto: você acaba de descobrir o princípio que embasa a nova proposta do governo Bush para a reforma financeira, anunciada formalmente ontem. O objetivo é criar a aparência de que as autoridades estão respondendo à crise atual, sem na prática fazer nada de substantivo.

Os eventos financeiros dos últimos sete meses, e especialmente das últimas semanas, convenceram todo mundo, exceto os mais renitentes, de que o sistema financeiro norte-americano precisa de uma séria reforma. De outra forma, cambalearemos de crise em crise, e as crises se tornarão cada vez mais graves.

Os bancos tradicionais, que oferecem contas a depositantes, operam regulamentados desde os anos 1930, porque a experiência da Grande Depressão demonstrou de que maneira falências de bancos podem ameaçar toda a economia. Instituições que não aceitam depósitos, como o Bear Stearns, no entanto, supostamente não precisavam de regulamentação, porque a "disciplina do mercado" asseguraria que fossem dirigidas de maneira responsável.

Quando a situação ferveu, no entanto, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) não ousou permitir que a disciplina do mercado resolvesse a situação. Em lugar disso, correu em resgate do Bear Stearns, colocando em risco bilhões de dólares dos contribuintes, porque temia que o colapso de uma grande instituição financeira colocasse em risco o sistema financeiro como um todo.

E se protagonistas das finanças como o Bear Stearns vão receber essa espécie de resgate, anteriormente limitada aos bancos que aceitam depósitos, a implicação parece óbvia: eles também devem ser regulamentados como bancos.

Mas o governo Bush passou os últimos sete anos tentando eliminar a fiscalização governamental sobre o setor financeiro. De fato, o novo plano havia sido originalmente concebido como uma forma de "promover um setor de serviços financeiros competitivo, que lidere o mundo e apóie a inovação continuada das finanças".

Desregulados

Isso é jargão de banqueiro para a eliminação de qualquer regulamentação que possa incomodar os grandes operadores financeiros.

Para reverter o curso agora, e procurar regulamentação mais ampla, o governo teria de recuar com relação à sua ideologia de livre mercado e também teria de encarar o fato de que estava errado. E esse governo nunca, nunca mesmo, admitirá que cometeu um erro.

Por isso, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, declara que não acredita que seja justo ou acurado imputar a culpa pelos recentes tumultos à nossa estrutura regulatória.

E, pelo menos de acordo com o sumário do novo plano do governo, a regulamentação certamente parece limitada a instituições que recebam garantias federais explícitas, ou seja, às instituições que já estão regulamentadas e não foram a origem dos atuais problemas.

Quanto aos demais componentes do sistema, o plano insensatamente declara que "a disciplina de mercado é a mais efetiva ferramenta para limitar o risco sistêmico".

O que significa que o governo nada aprendeu com a crise atual. Mas é preciso, como questão política, que crie a ilusão de estar fazendo alguma coisa.

Assim, o Tesouro anunciou, com grande alarde -e vocês sabem o que virá a seguir-, seu apoio a uma reorganização das caixas do organograma. OCC, OTS e CFTC estão fora; PFRA e CBRA entram na parada. Quem se importa?

Alguma diferença?

Será que reorganizar as caixas fará alguma diferença? Fiquei decepcionado por algumas organizações noticiosas estarem reportando como notícia a história que o governo inventou para encobrir os fatos: a alegação de que a falta de coordenação entre as agências regulatórias foi um fator importante para as atuais dificuldades.

A verdade é que não foi isso o que aconteceu, de maneira alguma. As diversas agências regulatórias de fato se saíram bastante bem quanto à coordenação de suas ações. Infelizmente, elas foram coordenadas na direção errada.

Por exemplo, houve um evento montado para fins de relações públicas em 2003 no qual dirigentes de diversas agências posaram com podadeiras e serras como se estivessem podando e abatendo pilhas de regulamentações bancárias.

A ocasião simbolizava a determinação compartilhada dos funcionários apontados pelo governo Bush quanto a abandonar a fiscalização do mercado por adultos exatamente no momento em que este começava a se comportar de maneira irresponsável.

Oh, e o governo Bush na prática impediu que governos estaduais tentassem proteger famílias contra práticas predatórias de empréstimos. Assim, o plano do governo terá sucesso? Não pergunto se terá sucesso em prevenir futuras crises, já que não é esse o seu propósito. A questão, em lugar disso, é determinar se obterá sucesso em confundir a questão o bastante para bloquear reformas reais.

Esperemos que não. Como eu disse, as crises financeiras norte-americanas vêm crescendo. Uma década atrás, a perturbação nos mercados que se seguiu ao colapso da Long-Term Capital Management foi considerada um evento grave, assustador; mas, comparada à crise atual, não passou de uma sacudidela.

Se não reformarmos o sistema desta vez, a próxima crise poderá ser ainda maior. E eu tenho certeza de que não quero viver uma reprise da década de 1930.

PAUL KRUGMAN, economista, é colunista do "New York Times" e professor na Universidade Princeton (EUA).

Tradução de PAULO MIGLIACCI

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Dossiê Nassif:

Revista Veja

O jornalista Luís Nassif elaborou um dossiê crítico sobre a revista Veja para mostrar o quanto o maior semanário brasileiro, através de suas reportagens encomendadas, pratica o anti-jornalismo em beneficio próprio e de amigos da revista.

O conteúdo do dossiê está no blog: http://luis.nassif.googlepages.com/, criado especialmente pelo jornalista para discutir o tema.

A Veja incomodada com as reportagem processou o jornalista. O curioso é que foi logo após Diogo Mainardi declarar que jornalista não processa jornalista.

O estranho de tudo isso é que as principais mídias não estão noticiando o caso e quaisquer informações sobre o dossiê só foram encontradas no sites da Carta Capital, Observatório da Impresa e alguns blogs interessados no assunto.

Para suas próprias conclusões acesse:

Luís Nassif:
http://luis.nassif.googlepages.com/
http://www.projetobr.com.br/web/blog/5
Carta Capital:
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=330
Observatório da Impresa:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=475ASP017
O Biscoito fino e a massa: http://www.idelberavelar.com/archives/2008/03/luis_nassif_o_dossie_veja_e_a_judicializacao_do_debate_jornalistico_no_brasil.php
nãOzero:
http://www.naozero.com.br/dossie+nassif+veja

Comentário:

De tempos em tempo sempre recebo algumas edições grátis da revista Veja. Em seguida chega o boleto e uma carta elogiando e demonstrando “n” vantagens em ser leitor da revista. Há anos não a leio exatamente porque não gosto do conteúdo e da forma como as matérias são elaboradas. É nítida a demagogia e a parcialidade nas páginas da revista Veja, então opto por ler outras revistas.

Fábrica de Dossiês


Nos últimos anos a fábrica de dossiês no Brasil vem aumentando consideravelmente. Dá para perder as contas de quantos dossiês foram produzidos e amplamente divulgados pelos principais órgãos de impressa. Todos tiveram propósitos políticos claros trazendo algum tipo de conseqüência na trajetória política brasileira, mas nenhum teve uma investigação consistente dos fatos seja para apurar sua veracidade e julgar aqueles que cometeram crimes ou, mesmo, punir os tais “fabricantes” por suas tentativas de fraudes.

Alguém se lembra quais foram os dossiês? Então:

1995 – Dossiê da Pasta Rosa

Documentação incriminando o ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá por doar 2,4 milhões de dólares a 25 candidatos, nas eleições de 1990, numa época em que doações às campanhas eram proibidas as empresa.

1998 – Dossiê Cayman

Suposta ligação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador paulista Mário Covas e os ex-ministros José Serra e Sérgio Motta a uma empresa chamada CH, J & T Inc, que teria conta de 368 milhões de dólares num paraíso fiscal do Caribe.

2002 – Dossiê Roseana Sarney

Elaborado em 3 partes para desestabilizar a então governadora do Maranhão e pré-candidata do PFL à Presidência da República, Roseana Maciera Sarney, trazendo denúncias de doações irregulares à campanha, ligações com empresas supostamente pertencentes à governadora e seu marido, Jorge Murad, e fotos de somatórias em dinheiro.

2006 – Dossiê Daniel Dantas

Denúncia de supostas contas em paraísos fiscais em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dos ex-ministros José Dirceu, Antonio Palocci e Luiz Gushiken, do ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, do senador Romeu Tuma (PFL-SP) e ao diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda. O material foi financiado pelo controlador do grupo Opportunity, o banqueiro Daniel Dantas, e preparado por espiões estrangeiros da agência de investigação Kroll.

2007 – Dossiê Máfia dos Sanguessugas

Ligação de políticos do PSDB, entre eles o ex-ministro da Saúde José Serra e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin no esquema de superfaturamento de ambulâncias, com dinheiro público, que fraudava a venda para várias prefeituras de diversos estados do país.

2008 – Dossiê dos Cartões Corporativos

Relação com todos os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de sua mulher, Ruth Cardoso, e de ministros e assessores da gestão tucana.

Qual será o próximo?

terça-feira, 1 de abril de 2008

Assim caminha a política brasileira...



É impressionante como as únicas ferramentas de governabilidade neste país são: dossiês, medidas provisórias e fisiologismo político.
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